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Um espaço sem censura! Focado na sociedade!

A livre opinião por Paulo Matos e ao abrigo da Constituição da República Portuguesa!

Um espaço sem censura! Focado na sociedade!

A livre opinião por Paulo Matos e ao abrigo da Constituição da República Portuguesa!

Para reflectir!

18.10.09, Paulo José Matos

 

Caros leitores,


Desde há duas semanas que as regras deste blog mudaram, sendo que reforço a ideia, que só irei aprovar comentários a pessoas que se identifiquem perante todos...


Não obstante, vou recuperar um comentário feito por um anónimo, que também não aprovei para publicação, mas por ter dado tanto trabalho e ser parcialmente isento merece atenção!

 

 

Observador atento disse sobre Obrigado povo, em particular vila de Gavião na Quarta-feira, 14 de Outubro de 2009 às 01:45:

 

     

O que se passou durante a recente campanha para a eleição dos órgãos autárquicos deste concelho, bem como análise dos resultados da votação, mereceriam talvez uma análise mais aprofundada do que aquela que eu sou capaz de fazer. Mas isso não deve ser motivo para desistir dela.

 

Este blogue é da autoria e responsabilidade de um dos candidatos à presidência da Câmara. Não me compete analisar a sua personalidade, valorizar as suas aptidões e capacidades, mas talvez possa (fazendo também eco do que vou ouvindo e lendo) ajuizar sobre a oportunidade da sua apresentação à eleição a que concorreu, e sobre as circunstâncias em que terá decorrido a sua escolha como candidato.

 

Desde que voltou a haver eleições livres, as votações neste concelho sempre tenderam a concentrar-se no Partido Socialista. Não me alongaria sobre a multiplicidade de razões que podem existir para tal facto. Limito-me a constatar.

 

Durante estas três décadas, a principal força política supostamente capaz de fazer frente à hegemonia do PS, nem mais nem menos do que o PSD, viu os seus resultados nas urnas ficarem continuamente pela mediocridade, provocando uma compreensível (e porventura para alguns não aceitável) desmotivação dos eventuais candidatos a cargos nos órgãos de poder local. Apenas como exemplo, nas eleições de há quatro anos, verificaram-se sucessivas renúncias dos membros da lista concorrente a uma das freguesias do concelho, tendo o lugar acabado por ser ocupado por um dos últimos dessa mesma lista. Cada um interpretará este facto conforme muito bem entenda. De que houve um evidente esvaziamento dessa força política, é que talvez não reste dúvida.

 

Tal situação não poderia senão contribuir para a suposta (e para muitos evidente) atitude de arrogância por parte de muitas pessoas ligadas ao partido no poder desde há décadas. Nem toda a gente resiste à tentação de humilhar o adversário vencido. Exemplos bem claros desse confronto de atitudes estiveram aqui bem expostas no extensíssimo rol de comentários de um dos recentes posts deste mesmo blogue, cujo autor entretanto resolveu retirá-los (o que foi, quanto a mim, desnecessário).

 

Por outro lado, ao serem sempre evidentes as expectativas sobre quem vai ser mais uma vez o vencedor das eleições, todos os indivíduos que, por esta ou aquela razão (e haverá infinidade delas), necessitem de se “colar” ao poder vão necessariamente fazê-lo junto daquela força que supõem vencedora, mesmo que isso vá ao arrepio das suas mais profundas convicções (os sapos deverão ter diminuído de tamanho, pois estão cada vez mais fáceis de engolir).

 

Num tal panorama, ao candidato da oposição, restam, ao que parece, duas atitudes possíveis: uma delas é a de se apresentar como derrotado à partida, modesto e consciencioso cumpridor do seu dever. A outra consiste em acreditar, ou mostrar que se acredita, na possibilidade de ganhar, caindo obviamente no ridículo. Da primeira delas resultará, porventura, uma saída mais airosa. Da segunda, o descrédito total.

 

Mas eu disse “ao que parece”, pois não é assim tão evidente que só existam essas duas possibilidades. Existe, pelo menos, uma terceira. E essa é aquela em que, quero acreditar, apostou o detentor deste blogue.

E em que consistiria?

Muito simplesmente em fazer aquilo a que uns vão chamar coragem, outros delírio. Optar pelo caminho difícil do enfrentamento. Dar a cara na denúncia aberta, fundamentada. Apresentar as suas próprias propostas, de preferência antes que os outros as façam, queimando-lhes o caminho. Não desistir. Não cometer muitos erros. Saber que aquilo que hoje não está ao alcance pode, com luta e trabalho, alcançar-se no futuro.

Se é essa a sua luta, está no caminho certo. E talvez possa, não nos dias imediatos, mas daqui a algum tempo, fazer com que aqueles que o ajudaram a meter-se nesta “embrulhada” passem a acreditar, não somente em si, mas também neles próprios.

Isso faria, acima de todo e qualquer interesse de facção ou partido político, com que se dignificasse esta terra. No dia em que no Gavião passar a ser possível criticar o poder sem cair no descrédito, essa dignidade de que falo adquirirá todo o seu sentido. E passaremos, todos, a poder falar de democracia sem ter de baixar os olhos.

É algo que transcende PS’s, PSD’s e todos os demais. Neste nosso pequeno mundo, não há anjos nem demónios. Todos temos um pouco de uns e de outros.

Mas há uma pergunta importante que deve fazer a si próprio, e em bom português: tem tomates para ir até ao fim? Se a resposta for um “sim”, tem à sua frente a oportunidade de o provar. Caso contrário, considere aquilo que fez nas últimas semanas como uma divertida e inconsequente experiência da juventude, e dedique-se a 100% à sua carreira profissional.

Numa ou noutra das opções, desejo-lhe sucesso.

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